Arquivos por Categoria: Neurosfera

“Neurosfera” é reunião das contribuições dos neuroblogueiros que gostam de fazer resenhas, opinar e divulgar novidades na linguagem da blogosfera (qualquer semelhança com o artefato homônimo que pode surgir em culturas de células-tronco não é coincidência).

Participação no “Coordinating Global Brain Projects Meeting”: o que foi e o que virá

Relato encaminhado pela colega Raquel Vecchio Fornari  (UFABC) de interesse geral:

No dia 19 de setembro foi lançado o International Brain Initiative durante uma reunião que acompanhou a 71ª Assembleia Geral da ONU. Não por acaso, no mesmo dia aconteceu, na Universidade Rockefeller, o Coordinating Global Brain Projects Meeting, organizado pelos pesquisadores Cori Bargmann (The Rockefeller university) e Rafael Yuste (Columbia University).

O principal objetivo deste evento foi reunir pesquisadores e administradores que representam projetos de larga escala que já estão acontecendo no mundo – como o BRAIN Initiative (EUA), o Human Brain Project (União Europeia), o Brain/MINDS project (Japão), o Brain Project on Cognition and Brain Disorders (Koreia), entre outros – assim como institutos e fundações de neurociência de vários países (tanto públicos como privados, ver abaixo), para estimular e coordenar projetos globais, juntando assim esforços e metodologias para avançar no entendimento do cérebro humano.

Para implantar o International Brain Initiave e promover um maior intercâmbio entre os grandes projetos de neurociência dos diferentes países, algumas idéias foram expostas e discutidas no evento, como a criação de uma estação internacional do cérebro (International Brain Station), onde dados de neuroimagem em humanos ou de expressão gênica em animais possam ser armazenados e compartilhados, para maximizar as possibilidades de colaborações tanto na pesquisa básica como na clínica. Outras propostas incluem o compartilhamento e padronização de ferramentas e tecnologias, incentivo ao intercâmbio de estudantes e pesquisadores, estimular projetos de fundações privadas (como Allen Brain, Simon Global Brain, Janelia, etc.) e coordenar mecanismos de financiamento para colaborações de alto impacto.

Como tudo isto irá, de fato, se concretizar, e principalmente qual será o papel ou a participação da América do Sul e do Brasil neste grande projeto, ainda está no ar. Mas talvez esta seja uma nova era para a neurociência mundial, e uma oportunidade que vale a pena seguir de perto. Eu tive o prazer de participar deste evento como ouvinte, e me coloco a disposição de quem quiser saber um pouco mais.

Raquel Vecchio Fornari

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Zika vírus e microcefalia hoje – Entrevista e áudio da mesa realizada na IX Oficina de Neurociências (Bento Gonçalves, RS, 11/09/2016)

fdac_inlogoEsta semana foi ao ar o programa gravado com @s convidad@s da mesa “Microcefalias associadas ao Zikavirus: das bases genéticas e moleculares aos aspectos clínicos”, ocorrida na nossa IX Oficina de Neurociências realizada em Bento Gonçalves, 10-11/09/2016. A IX Oficina celebrou os 20 anos do PPG e também foi dedicada ao querido colega Luiz Carlos de Lima Silveira (UFPA), que nos deixou dois meses antes desse evento.

Na entrevista, conversei com @s professor@s Lavínia Schuller Faccini (UFRGS), Patrícia Garcez (UFRJ) e Ian Feitosa (UFPE) sobre a atual epidemia no Brasil. O Fronteiras da Ciência é um programa semanal de divulgação científica transmitido há sete anos pela Rádio da Universidade (AM 1080 KHz), sempre às segundas-feiras, 13h, e disponibilizado como podcast na página do Fronteiras (ou nesta página alternativa). Os podcasts também podem ser acessados em pelo menos cinco agregadores conhecidos (itunes, youtuner, PlayerFM, Stitcher e PodcastChart) ou simplesmente pode-se assiná-lo e receber os mp3 via RSS.

Como bonus dessa entrevista, disponibilizamos a tod@s @s interessad@s a íntegra do áudio daquela mesa (embora sem os powerpoints). Foi um encontro extremamente informativo neste tema de candente (e triste) atualidade. Recomendamos a tod@s que escutem.

Clique aqui para escutar a entrevista ao Fronteiras da Ciência (30min)

Clique aqui para escutar a íntegra do áudio da
mesa sobre Zika vírus e microcefalia
(2h08min)

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Da Amazônia para o Mundo

Em 1852 o explorador britânico Richard Spruce trouxe ao conhecimento da ciência ocidental o uso de uma bebida ameríndia, que hoje sabemos ser amplamente distribuída na bacia amazônica. Conhecida por dezenas de nomes em várias línguas diferentes, a ayahuasca é considerada medicina sagrada pelos povos que a usam há séculos. No Peru, por exemplo, tem seu uso medicinal e ritualístico legalizado, sendo considerada patrimônio cultural e histórico.

Artigo originalmente publicado no blog do Plantando Consciência

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Aprendendo pelo cheiro

Uma recentíssima publicação na PNAS traz resultados muito interessantes sobre a transmissão intergeracional do medo. Neste estudo (veja o resumo aqui), fêmeas de camundongos foram condicionadas a temer quando eram submetidas à essência de menta. Em laboratório, isto pode ser facilmente conseguido através da apresentação simultânea do odor da essência com algum tipo de estímulo negativo. Depois deste aprendizado associativo, estas fêmeas eram colocadas para procriação e, logo que os filhotes nasciam, as fêmeas eram novamente apresentadas ao odor de menta que causava por sí só uma resposta de medo nela. Os filhotes que estavam na presença da mãe quando esta manifestava o medo acabavam desenvolvendo a mesma resposta à essência de menta, mesmo quando o odor era apresentado a eles na ausência da mãe. Ainda mais curioso é que mesmo os filhotes que não estavam com a fêmea quando esta experimentava o “medo da menta”, acabavam também desenvolvendo a mesma reação se pudessem estar com os irmãos quando estes reagiam negativamente à essência. Leia Mais »

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Ciência com fronteiras?

Para a ciência, tão importante quanto a pesquisa em si é a publicação dos resultados, geralmente feita em revistas científicas especializadas. Isso permite que cientistas conheçam os trabalhos de seus colegas, aprendam com seus erros e acertos e conheçam suas ideias, mesmo que estejam em lados opostos do globo. No Brasil, professores e estudantes tem acesso gratuito  a uma grande quantidade de periódicos científicos  através de uma plataforma mantida pelo Ministério da Educação – a Plataforma de Periódicos da Capes.  Além dos artigos publicados em periódicos, a ciência também é veiculada por livros. A colaboração e intercâmbio de ideias e métodos estão no cerne da ciência e qualquer coisa que ameace essa comunicação é grave para o avanço científico.

Postagem submetida em maio de 2014:
Os autores devem acompanhar o Conecte e
avisar caso seu texto demore a ser publicado
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Hipertimésia: conheça a memória autobiográfica total!

 


(vídeo sem legendas em português, por ora)

 
Assista acima a excelente entrevista com James L. McGaugh exibida no programa 60 minutes (CBS TV) deste domingo, 12/01/2014, e conheça o estranhíssimo mundo da hipertimésia ou Sindrome da Memória Autobiográfica Superior (HSAM). Achados muito recentes, com uma reduzida população de portadores desta condição, prometem lançar nova luz sobre a neurobiologia da memória Leia Mais »

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Caminos de la neurociencia en America Latina

FERNANDO P. CARDENAS
JOHN FONTENELE ARAUJO
LAURA ANDREA LEÓN A
Av. Psicol. Latinoam. vol.31 no.1
Bogotá Jan./Apr. 2013

Nunca es fácil hacer el papel de editor de un número monográfico sobre un tema particular, no solo por el trabajo agobiante de edición en sí mismo, sino principalmente por la necesidad de tomar decisiones sobre lo que habrá de ser incluido y lo que no.

Dos preguntas surgen de inmediato: ¿Por qué publicar un número temático de neurociencia en una revista latinoamericana?, y ¿qué deberá publicarse en un número temático de neurociencia para una revista de psicología?

La respuesta a la primera pregunta puede encontrarse en una breve reflexión sobre el pasado, una evaluación del presente y una suposición sobre el futuro de la neurociencia en América Latina, aclarando que esta reflexión deberá ser realizada desde dentro, es decir, observando desde la perspectiva de quien vive en la región y no desde aquella de alguien externo que podría medir con medidas descontextualizadas.
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2 de abril: dia da consciência sobre o autismo

Hoje é tudo azul

Hoje é tudo azul

No Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo, a CH On-line traz um breve panorama sobre o transtorno no Brasil.

Por: Mariana Rocha ( Ciência Hoje On-line )
Publicado em 02/04/2013 | Atualizado em 02/04/2013

Caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social, o autismo atinge 1 a cada 88 crianças nos Estados Unidos. No Brasil, não há dados precisos sobre a incidência do distúrbio. (foto: Carlos Lorenzo/ Flickr – CC BY-NC-ND 2.0)

Dayan tem apenas oito anos e se aproxima de um grupo de crianças em um parque. Imediatamente, as mães das outras crianças retiram seus filhos do local e o menino fica só. Motivo? Dayan tem autismo. Para evitar situações como essa, a Organização das Nações Unidas (ONU) tornou 2 de abril o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo.

A data é celebrada em diversos países e busca diminuir o preconceito contra pessoas com o transtorno. Nesse dia, vários monumentos e prédios ao redor do mundo – entre eles, o Cristo Redentor – são iluminados pela cor azul, que representa o autismo. O distúrbio é caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos estereotipados.

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Órgãos Perfeitos, a Cronobiologia e Charles Darwin


Charles Darwin dedicou parte do seu livro “A Origem das Espécies” ao que ele chamou de “Dificuldades da Teoria”. Uma delas e bastante complexa, que ele chamou de “perfeição de órgãos”, como o “olho”, que como ele diz em seu texto, “parece um absurdo, eu confesso, espontaneamente, que …(o olho) … possa ter sido formado por seleção natural”. Hoje, novos achados da Cronobiologia contribuem para dizer que o olho também foi formado pela seleção natural e Darwin ficaria encantado.

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Porque a maioria dos resultados dos artigos publicados são falsos?

Aumenta a preocupação com relação a integridade dos achados científicos

Por Sergio Arthuro *

Num artigo publicado na prestigiada revista Public Library on Science (PLoS) Medicine, o Dr. John Ioannidis (Escola de Medicina das Universidades de  Ioannina – Grécia, e Tufts – EUA) alega que há uma preocupação crescente de que os resultados falsos podem ser a maioria (ou até a grande maioria) dos achados de pesquisa publicados recentemente. Além disso, em muitos dos atuais campos científicos, os resultados das investigações podem muitas vezes ser simplesmente medidas precisas do viés predominante.

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Como tornar a psicologia (e as outras ciências) mais científicas?

Ganhador do Nobel desafia os psicólogos a replicarem mais seus estudos

Sergio Arthuro (1)

O cientista Daniel Kahneman da Universidade de Princeton, ganhador do prêmio Nobel de Economia em 2002, lança nova polêmica ao afirmar que os psicólogos precisam restaurar sua credibilidade no meio científico através de mais replicações dos seus experimentos. Esta crítica parece afetar não somente a psicologia.

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Drogas aprovadas (e reprovadas) para obesidade

Interação complexa de fatores genéticos, ambientais e culturais explica a epidemia

Sergio Arthuro (1)

A consequência adversa da obesidade para a saúde envolve todos os órgãos e sistemas do corpo, contribuindo para o aparecimento de doenças crônicas e reduzindo a qualidade de vida. Por isso, vários tratamentos farmacológicos estão sendo desenvolvidos para diminuir o acúmulo de gordura. Porém, diversas destas drogas foram recentemente tiradas do mercado por produzirem efeitos colaterais sérios. Agora, duas novas drogas foram aprovadas nos EUA. Todavia, o tratamento de adultos obesos com estas drogas só é eficiente quando se realiza uma dieta com restrição calórica associada a exercícios físicos.
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Depressão na Pós-Graduação e Pós-doutorado

O que fazer com os estudantes e cientistas que não conseguem estudar e pesquisar?

Sergio Arthuro (1)

A imagem de nós cientistas no senso comum, como estereotipada por Einstein, é que somos meio loucos. De fato, como revelado recentemente pela revista Nature, parece que realmente não temos uma boa saúde mental, dada a alta ocorrência de depressão entre pós-graduandos e pós-doutorandos.

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A interpretação científica dos sonhos

Pesquisadores conseguem decodificar o conteúdo onírico baseados no padrão de atividade cerebral

Sérgio Arthuro (1)

Os sonhos são objeto de discussão desde os tempos mais antigos, mas o estudo científico dos sonhos é relativamente recente. Entretanto, a investigação dos sonhos continua, desde seus primórdios, limitada ao relato subjetivo do sonhador: não temos outra alternativa se não acreditar no que as pessoas falam que sonharam. Finalmente, esse paradigma começa a cair.

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Você quer MESMO ser cientista 2?: Reflexões de um jovem pesquisador.

Não pude deixar de ler e comentar o texto recentemente publicado pela Dra. Suzana Herculano-Houzel, o qual teve boa repercussão nas rede sociais. A questão da ciência brasileira é de longe uma pelas quais mais me interesse e atuo diariamente além, é claro, de minha rotina de bancada como doutorando que sou no momento.
Partilho de todos os pontos negativos apontados pela Professora Suzana, no entanto discordo de alguns pontos e acrescento outras reflexões para manter o debate acesso (a final de contas, tenho certeza que essa foi a intenção do Professora ao produzir essa reflexão, ela está de parabéns!).
Meu ponto principal aqui é não a critica ao sistema de financiamento de pós-graduação e sim a outras questões que acho mais importantes no que se refere à valorização de um cientista.
O Brasil é de longe um dos países que mais investiu em ciência nos últimos anos. Obviamente precisamos melhorar e ampliar, os cortes previstos para os próximos anos são alarmantes! Ressalto que uma visão trabalhista, embora eu já tenha pensado assim, não é aplicável na pós-graduação brasileira e em nenhum país do mundo. A pós-graduação é um processo de formação, no qual, sim trabalhamos e produzimos conhecimento, sem dúvida, mas somos financiados para nos formar também.
Os EUA, pais o qual  os brasileiros tradicionalmente “pagam pau”, têm um sistema muito diferente do nosso. A grande maioria das universidades é privada sendo preciso pagar para fazer pós-graduação lá. Obviamente que existem bolsas de estudos aos melhores e que os orientadores pagam aos alunos utilizando os seus grants, isto é, se houver. Ou seja, caso você não tenha um bolsa de estudos e seu orientador não tenha Grant disponível para te dar um “salário” você irá pagar para fazer seu doutorado. E isso é uma realidade em outros países. O fato é que existem muitas fundações privadas que INVESTEM em jovens talentos e acabam por financiar seus estudos por entender que isso pode gerar algum retorno no futuro e, possivelmente, lucro.É nesse ponto que foco minha argumentação. Leia Mais »
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A Neurobiologia do medo e a política de drogas

É provável que uma das áreas mais prósperas da neurociência atualmente seja a neurobiologia do medo. E uma das políticas menos prósperas de nossos tempos é a proibição arbitrária e intolerante de algumas drogas. E há entre ambas um elo direto, costurado por esta emoção que é crucial para a sobrevivência. Leia Mais »

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Resenha crítica: ‘Muito além do nosso eu’ de Miguel Nicolelis

Autor: Eli Vieira
Publicado originalmente no blog Amálgama.

Em Muito além do nosso eu, de Miguel Nicolelis, somos conduzidos a páginas e mais páginas de um relato exaustivo dos motivos pelos quais o autor está no time correto de neurocientistas. Em algo que lembra aquelas discussões de torcedores do Palmeiras contra torcedores do Corinthians, o autor tenta nos convencer de que os distribucionistas, que acreditam que o cérebro trabalha como um todo integrado de processamento paralelo distribuído em populações de neurônios, ganharão inexoravelmente o debate contra os ingênuos e tolos localizacionistas, que, por acreditarem que existem áreas cerebrais especializadas em certas funções mentais, só podem ser herdeiros da pseudociência de Franz Gall (frenologia), que buscava prever habilidades psicológicas a partir de assimetrias cranianas.

Um exército de metáforas desfila, às vezes num ritmo tão caótico quanto o das tempestades cerebrais de que tanto fala Nicolelis, para nos mostrar que o “reducionismo” está fora de moda e o caminho correto das ciências da mente será o de considerar populações de neurônios como a unidade funcional do cérebro, não o neurônio como tentam nos convencer os desatualizados e obscurantistas livros-texto de neurociência. Leões caçam em bandos, um leão solitário nada pode. A campanha das Diretas Já com multidão de centenas de milhares de manifestantes, que Nicolelis testemunhou in loco, de nada adiantaria se fosse um único manifestante bradando palavras de ordem contra a ditadura militar. E é por isso, além é claro também pelos inúmeros dados experimentais apresentados no livro, que devemos adotar o distribucionismo e suas consequências. Leia Mais »

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Em defesa do cientista viajante

A ciência mundial já foi guiada por umas poucas cabeças pensantes, que atraíam legiões de pupilos e seguidores, com acesso quase que exclusivo ao conhecimento do seu mestre. Como cientista, sua carreira deveria seguir uma única escola científica, o que automaticamente transformava os indivíduos da outra linha de pensamento em opositores, ou mesmo inimigos. Você deveria seguir “religiosamente” seu mestre, sem impor questionamentos, afinal era ele que bebia das fontes científicas primárias espalhadas em bibliotecas pelo mundo e tinha acesso aos outros cientistas. O aspirante a cientista deveria focar-se em absorver o conhecimento que seu mestre paulatinamente lhe oferecia. Com grande sorte, uma vez na vida você teria acesso a um dos grandes pensadores da sua linha, cuja oportunidade deveria agarrar com as duas mãos e fazê-la durar o máximo possível, visando o estabelecimento de um sólido relacionamento profissional.

Jovens pesquisadores brasileiros parecem seguir esta tradição. Este movimento é comparável ao que aconteceu, quando cientistas americanos migraram aos grandes centros europeus; ou no movimento contrário, mais atual, em que asiáticos (principalmente chineses e indianos) tem migrado aos Estados Unidos na busca de conhecimento, acesso a técnicas modernas e financiamento à pesquisa. Não causa mais estranhamento se deparar com artigos encabeçados por sobrenomes tão aparentemente dissonantes quanto “Cheng & Johnson”, mesmo em publicações de altíssimo impacto científico. O panorama atual é de que países como China e Índia tem uma enorme população de cientistas vivendo (e produzindo) em países estrangeiros. O Brasil figura em 3º nessa lista de países com maior número de “cientistas exilados”. Há estimativas de que temos aproximadamente 14 mil cientistas atuando em centros estrangeiros. Parece-me claro que o intercâmbio de experiências e a mobilidade de pessoas tem sido uma importante força motriz da ciência globalizada.

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CRONOTIPOS & CRONOBIOLOGIA

 

Segundo o cronotipo de cada pessoa podemos classificar os indivíduos em matutinosintermediáriosvespertinos. Os indivíduos matutinos apresentam preferência por acordar nas primeiras horas da manhã e encontram dificuldades em manterem-se acordados além do seu horário habitual de dormir, enquanto que os indivíduos vespertinos, por outro lado, preferem as horas tardias de ir para cama e acordar especialmente nos finais de semana, apresentam menor tempo de sono durante a semana (devido a compromissos diários) e maior tempo de sono durante os fins de semana (quando compensam o sono semanal perdido). Por isso, o ciclo vigília/sono de vespertinos é mais irregular e tem baixa eficiência. Além disso, vespertinos utilizam mais cochilos durante o dia, compatível com a privação de sono, e apresentam maiores problemas com a atenção, maiores indisposições emocionais e maior consumo de cafeína do que os matutinos.
A distribuição dos cronotipos na população é mais ou menos a seguinte:

Distribuição de 172 indivíduos de acordo com a pontuação no Questionário de Cronotipo. Modificado de Baehr et al., 2000 Journal Sleep Research v.9 p. 121.

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Softwares gratuitos para análise do Labirinto em Cruz Elevado e Campo Aberto

Embora softwares como o Ethovision permitam a análise de tarefas como o Labirinto em Cruz Elevado (Plus Maze) e o Campo Aberto (Open Field) de forma automatizada, muitos grupos não os utilizam por seu alto custo, ou porque programas de análise automática de vídeos não são otimizados para determinados tipos de análise. Por isso, gostaria de oferecer à comunidade de pessoas que trabalham com essas duas tarefas dois programas gratuitos, de minha autoria: o PlusMZ e o OpenFLD. Leia Mais »

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