Você está convidado a assistir, neste próximo sábado (18/10), ao filme Five Obstructions, de Jorgen Leth e Lars von Trier. A exibição será no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), auditório Lina Bo Bardi, às 14:30h, com entrada gratuita. No filme, o cineasta Jorgen Leth reconta uma mesma história, em cinco diferentes versões. Em cada uma delas, é desafiado por um obstáculo imposto por seu discípulo, e também cineasta, Lars von Trier, cujo intuito é “obstruir” sua narrativa (para mais detalhes, veja o anúncio abaixo). O filme será seguido de um bate-papo sobre a relação entre a obra da dupla de cineastas e a forma como percebemos o mundo, em nosso cotidiano. Este evento é um primeiro passo em direção a uma parceria entre a SBNeC e o MAM, cujo objetivo é aproximar os universos da neurociência e arte, só aparentemente distintos.

O portal de vídeo YouTube é uma fonte inesgotável de material ilustrativo em uma variedade de categorias. Verdade, muito conteúdo é irrelevante, mas a mera quantidade de videos garante que, às vezes, com um pouco de procura, é possível encontar várias contribuições que se destacam pela criatividade humorística ou artística, ou pelo valor didático. Ao vasculhar um pouco mais, descobre-se até mídias que se referem às neurociências e áreas relacionadas. Ideal para capturar a atenção da sua platéia em seminários e aulas! Existem vários programas gratuitos para baixar videos do YouTube para o seu computador, como o VDownloader, o que facilita o uso da mídia em apresentações.
Na verdade, o motivo deste post foi uma notícia recente que atraiu a minha atenção. Eddie Adcock, tocador de banjo e ícone do estilo folk bluegrass, foi vítima de uma condição neurológica ainda pouco entendida chamada tremor essencial. Como este distúrbio motor afetava as mãos e portanto significava o fim da carreira artística do Adcock, os médicos do Hospital da Universidade Vanderbilt, em Nashville, Tennessee (que lugar mais apropriado!), tomaram uma decisão drástica. Em um procedimento relativamente arriscado, implantaram um marcapasso cerebral para estimular áreas peri-talâmicas.
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Um artigo publicado na última edição da revista Science não poderia ter vindo em hora mais apropriada. Os autores Jennifer Whitson (Texas University) e Adam Galinsky (Northwestern University) estudaram como a sensação de falta de controle em uma situação pode influenciar nossa percepção de padrões, inclusive na tão discutida bolsa de valores.
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Quem se interessa pela história da neurofisiologia brasileira pode dar uma olhadinha no texto do saudoso Professor Cesar Timo-Iaria no site da SBNeC.
Charge de Gary Larson, cartunista americano criador do The Far Side.
Categorias: Neurociência | Tags: evolução |
Do que são feitos nossos pensamentos? Sensações, percepções, desejos e crenças aparentemente ocorrem dentro de nossos cérebros, mas são feitos de quê? Certamente não do mesmo tipo de substância que compõe uma pedra, uma mesa ou um livro. Na verdade, talvez nada possua uma natureza tão imaterial quanto um pensamento, a ponto do filósofo francês René Descartes, nos idos do século XVII, dividir o mundo em res extensa (aquilo que possui extensão, ou seja, o mundo da matéria) e res cogitans (a substância do pensamento). Essa dicotomia, também conhecida como corpo/alma, cérebro/mente, matéria/espírito, dominou as investigações neurocientíficas durante muito tempo, persistindo em certos bastiões até os dias de hoje. Enquanto a ciência teria acesso ao corpo, ao cérebro e à matéria, a alma, a mente ou o espírito não fariam parte do seu escrutínio. Todavia, pouco mais de um século após a proposta cartesiana, uma linha de investigação científica começou a mudar essa história.
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Categorias: História | Tags: Galvani, Helmholtz |
A premiação do IgNobel de 2009 saiu neste mês de outubro. Para quem não sabe, o prêmio é dado às pesquisas científicas mais estranhas do ano. Os prêmios são administrados pela organização Improbable Research, que publica bimestralmente a revista Annals of Improbable Research. Segundo eles, esses prêmios são dados à pesquisas científicas que fazem as pessoas rirem e depois pensarem.
A surpresa deste ano foi uma pesquisa brasileira ter sido premiada. O arqueólogo Astolfo Araujo, da USP, recebeu seu prêmio por descobrir que os tatus modificam a estratigrafia (sucessão de camadas que constituem um sítio arqueológico). O problema é que justamente essa estratigrafia ajuda os arqueólogos a estimar a idade relativa dos artefatos encontrados num dado local. Como tal pesquisa foi realizada? Simples, eles enterraram uma série de artefatos no cativeiro de tatus do zoológico de São Paulo e foram analisá-las 50 dias depois.
Entre os outros vencedores, estão pesquisas que mostram que a coca-cola é um bom espermicida, que o barulho que uma batata chips faz ao ser mordida influencia seu sabor e até que strippers femininas ganham mais gorjetas durante seu período fértil. Aceite o conselho dos organizadores: ria e depois pense no assunto.
Categorias: Notícias | Tags: IgNobel |
Leia como Joseph Plateau, precursor cego da técnica cinematográfica, sobrevoa 2000 anos de fenomenologia sensorial em uma bibliografia monumental.
Joseph Plateau (Joseph Antoine Ferdinand Plateau, Bruxelas, 1801 – Ghent, 1883) era um desses cientistas com mais interesses e talento do que tempo. Viveu décadas turbulentas. Quando garoto, ouviu os canhões que derrotaram Napoleão em Waterloo e redesenharam a Europa. Viveu a independência do Brasil e, mais tarde, da própria pátria, a Bélgica. Era colega contemporâneo de Faraday e nasceu no mesmo ano que Fechner. Hoje, 125 anos depois da sua morte, ele é lembrado principalmente por contribuições na física, matemática e fisiologia óptica. Com a invenção do “fenakistiscópio“, um aparelho mecânico para a apresentação estroboscópica de imagens desenhadas, ele é reconhecido como um dos fundadores da técnica e arte da animação. O disco giratório também serviu para uma variedade de experimentos sobre a percepção de cores e luminosidade. Da dissertação de doutorado (uma obra de mestre de… 27 páginas!) até o fim da vida, era um estudioso árduo da sensação subjetiva, como pós-imagens ou “irradiação”, nome dado naquela época ao fenônemo da expansão subjetiva de áreas luminosas contra um fundo preto. Em 1829, deu a prova cabal da dedicação à ciência: em uma tentativa imprudente de obter uma impressão persistente de pós-imagem, olhou diretamente para o sol durante o que devem ter sido 25 segundos dolorosos. Uma retinite solar deixou-o cego durante dias. Aos 43 anos, a visão de Plateau começou a se deteriorar, desta vez de maneira lenta e irreversível. Muitos, inclusive o próprio Plateau, acusaram o experimento incauto de 15 anos antes pela perda da visão. Porém, a doença que provavelmente causou a cegueira do Plateau era uveíte crônica, sem nenhuma relação com a retinite solar da juventude.
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Não sei quantos de vocês já receberam ou conhecem esse cartoon feito por Alexander Dent. Que tal tentar reconhecer o seu orientador entre esse nove tipos?

Caso você seja um orientador, que tal reconhecer em que fase seu aluno de pós-doc está atualmente?
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Será que você e o ganhador do prêmio Nobel C. S. Sherrington tem alguma relação científica? Será que você é neto científico de São Thomas de Aquino? Podem parecer perguntas estranhas e quase impossíveis de serem respondidas (ao menos sem dispor de horas de pesquisa).
Porém, existe um jeito muito fácil de saber essas respostas. O site Neurotree permite a você conhecer toda sua árvore genealógica científica e saber qual a distância entre pesquisadores de Neurociências. Esse site é ligado ao projeto “The Academic Family Tree”, que tem como objetivo criar uma árvore genealógica interdisciplinar única. Algumas outras áreas possuem suas árvores genealógicas, sendo que uma das maiores e mais famosas atualmente é a de Matemática. Leia Mais »
Categorias: História | Tags: neurotree |