Como nos construímos nos relacionamentos? Será que chegaremos à perfeição de aceitarmos os defeitos de nossas (os) parceiros (os) e entendermos que somos diferentes?Não tenho respostas para estas questões, mas vou tentar ilustrar com a adaptação de uma fábula que ouvi certe vez.
Você já foi à nascente de um rio? Se não foi, vou tentar descrever como seria. Sempre é em um local com muitas plantas e rodeado de pedras. As pedras que oferecem resistência ao curso d’água são as mesmas que as protegem, no entanto, são pedras grandes com superfícies planas e muitas arestas. A medida que nos afastamos da nascente, vamos vendo algumas mudanças nas pedras do caminho, principalmente as pedras que estão no leito do rio. Estas pedras já não são tão grandes, pois são arrancadas das margens e empurradas pela força da água e, no atritar com outras pedras vão perdendo suas arestas, arredondando suas formas para serem levadas com mais facilidade. E isto acontece, principalmente, onde tem mais correnteza e os atritos são mais fortes. Não obstante, nessa parte encontramos as pedras com as melhores formas.
Assim também é nossa vida. Os relacionamentos que temos, sejam sentimentais ou não, servem para aparar nossas arestas e diminuir nossos pontos de atrito brusco para podermos transitar (conviver) com pedras (pessoas) de todos os tipos sem que estas nos causem mal. Portanto, se você acha que um relacionamento lhe tirou algo, veja se este algo, apenas não lhe tirou uma aresta que lhe impedia de conviver melhor com outra pessoa ou consigo. Verdadeiramente somos como pedras carregadas pela água e estamos constantemente “enroscando” em outras pessoas, a forma que estivermos é que nos fará sofrer ou regozijar com os atritos que tivermos. As pedras não precisam de encaixe para estarem juntas, mas se elas estiverem com muitas arestas uma marcara a outra e ambas serão feridas.
NELSON DE MELLO
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