Uma das faces mais intrigantes do aprendizado de uma segunda língua está na adaptação do cérebro humano ao processamento de um código completamente diferente da lingua-mãe. Além da segunda língua, há também línguas, como o japonesa e a chinesa, que possuem mais de um tipo de ortografia. Em um estudo com ressonância magnética funcional no Center for Cognitive Brain Imaging da Carnegie Mellon fizemos a seguinte pergunta: as diferenças entre a ativação cerebral da primeira e segunda língua (inglês-japonês) e ortografias de primeira língua (japonês) refletem uma diferença, no primeiro caso (lingua-mãe-segunda língua), de um maior esforço cognitivo maior e, no segundo caso (primeira língua apenas) da diferença qualitativa entre as ortografias (uma mais profunda e irregular, o kanji, outra, mais regular, o hiragana)?
Nossos resultados mostram que na comparação lingua-mãe x segunda língua, a ativação cerebral de uma rede de áreas do lobo frontal e parietal está associada com a articulação e repetição (rehearsal) de informações. Na comparação entre ortografias da lingua mãe, a ativação cerebral do lobo parietal e córtex motor, para a escrita em hiragana, e do lobo ocipital direito, para a escrita em kanji, parece estar associada com diferenças no nível da representação escrita (regularidade do mapeamento entre ortografia e sons). Link para o artigo
*Augusto Buchweitz é “fellow” de pós-doutorado no Center for Cognitive Brain Imaging (CCBI) da Carnegie Mellon University desde 2007.
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