A perda de um grande neurocientista: Roberto Frussa Filho (30jun1960-20set2013)

A neurofarmacologia brasileira está de luto: faleceu, nesta madrugada, nosso grande colega e querido amigo, Roberto Frussa Filho, aos 53 anos.

Roberto está sendo velando no Cemitério do Morumbi, em São Paulo, capital, e será sepultado hoje às 15h.

Professor Associado/Livre Docente do Departamento de Farmacologia da UNIFESP, Roberto era biólogo com mestrado e doutorado em farmacologia (USP), e trabalhava principalmente em temas correlatos à psiquiatria em modelos animais, incluindo farmacodependência, discinesia tardia, farmacologia dos neurolépticos e modelos comportamentais em animais de doenças mentais. Pesquisador 1A do CNPq, foi um dos neurocientistas mais produtivos de nossa geração, tendo publicado 134 trabalhos (índice h 27) e orientado 51 mestrados e 22 doutorados! Apesar das condições terríveis resultantes do câncer que enfrentava há mais de um ano, continuava tentando trabalhar, publicando seus artigos, e tocando teses e dissertações. Pelo menos um resumo dele foi apresentado na forma de painel na reunião da SBNeC da semana passada, e seu Lattes foi atualizado a última vez em 28/8 passado, quando já estava hospitalizado há mais de um mês.

Roberto era um apaixonado por ciência e vivia para seu trabalho. Excelente professor, com uma presença cálido e afetuosa, tinha, ademais, uma oratória contagiante. Com isso exerceu grande impacto na formação de estudantes e ICs durante seus 24 anos de atuação na EPM, hoje UNIFESP: era constantemente convidado para ser paraninfo das turmas de formandos em Ciências Biomédicas, e quase sempre figurava entre os homenageados.

Sua capacidade de formar pesquisadores era única, e muitos queriam trabalhar com ele. Não era incomum ele comparecer às Reuniões da FeSBE com grande número de resumos /painéis, entre pós-graduandos e ICs – cada um com seu próprio trabalho. Seu foco estava sempre em dois aspectos:  as idéias – as perguntas científicas – que produzia de forma vulcânica, e, principalmente, as pessoas, aquelas que ele formava, aquelas com quem colaborava, e, sobretudo, aquelas que puderam privar de sua amizade, sincera como poucas.

Roberto deixa dois filhos, vários orientandos, dezenas de discípulos e inúmeros amigos e admiradores. Deixa memórias vívidas, límpidas e indeléveis, que era o único tipo de imortalidade em que acreditava. Roberto está em Paz.

A SBNeC se solidariza com os parentes e amigos do querido colega que nos deixa.