O SENSÍVEL, o inteligível, a arte e a ciência PALESTRA João-Francisco Duarte Júnior
Instituto de Artes, UNICAMP
“…em meu próprio campo observo, a partir desse fato, que hoje o inconsciente mais significativo, o fator que é o mais importante, porém menos reconhecido no trabalho de nossa cultura psicológica poderia ser definido como ‘beleza’, pois é isso o que é ignorado, omitido, ausente. O reprimido, portanto, não é o que habitualmente supomos: violência, misoginia, sexualidade, infância, emoções e sentimentos ou até mesmo o espírito, que recebe seu tratamento nas práticas de meditação. Não, o reprimido hoje é a beleza. ” (Hillman J Cidade & Alma, p.130.)
Tal colocação pode parecer contrária àquilo que se constata ao redor, no que tange à enorme insistência dos meios publicitários em promulgar produtos com “designs arrojados” e em vender-nos os padrões estéticos do momento, de modo a embelezar nossa vida. Entretanto, há uma radical diferença entre o consumo massificado de bens pretensamente belos e a experiência estética quando vivida como radical manifestação da existência humana. Também neste caso é preciso refletir em que medida o estímulo para a aquisição de tais produtos, indicando aos consumidores o que deve ser reconhecido como manifestação da beleza, não os deseduca profundamente, por dispensá-los de buscar experiências estéticas fora dos limites da mídia e dos shopping centers, experiências essas que lhes permitiriam a vivência de algumas das múltiplas formas de manifestação do belo, bem como o desenvolvimento de uma sensibilidade própria. Assim, não será demais insistir que a educação do sensível, antes de significar um desfile de obras de arte consagradas e de discussões históricas e técnicas perante os olhos e ouvidos dos educandos, deve se voltar primeiramente para o seu cotidiano mais próximo, para a cidade onde vive, as ruas e praças pelas quais circula e os produtos que consome, na intenção de despertar sua sensibilidade para com a vida mesma, consoante levada no dia-a-dia. A educação do sensível é, sobretudo e primeiramente, a educação de nossos sentidos perante os estímulos mais corriqueiros e até comezinhos que a realidade do mundo moderno nos oferece em profusão – quantidade que, evidentemente, não significa qualidade.
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