Como diria Roberto… “Cartas já não adiantam mais…”.

É hora de aceitar que textos extensos como tentativa de conscientização dos governantes sobre a importância da ciência e educação para o país não são mais suficientes. A mobilização e conscientização pública necessárias para estancar esta sangria é a árdua tarefa que nos cabe neste momento obscuro.  A morte da ciência brasileira se iniciou com os cortes e contingenciamentos dos recursos, entretanto, é no olhar distante, reflexivo e sem esperança de nossos discentes que ela começa a se expressar. É um olhar apoptótico, se me permitem a metáfora.  Primeiro cortaram a perspectiva de concursos públicos, depois o dinheiro para eles fazerem suas pesquisas e agora cortaram as suas bolsas de estudo, o que mais devemos esperar para entramos nesta luta de forma mais incisiva? Eu penso que no fundo, no fundo, nossos discentes esperam um pouco mais de nós, esperam que nossa liderança também se faça valer no âmbito político, sei que talvez não tenhamos muita força neste campo, sempre negligenciamos nossa participação e engajamento político, mas os tempos mudaram e devemos tentar algo mais, por nós e por eles. Nossa frente de luta deve passar por atos públicos? Sim, sempre! Mas a luta diária será o que nos conduzirá à vitória, mesmo que ela pareça distante no horizonte.  Temos que assumir o compromisso de mostrar a importância que a ciência tem para a vida das pessoas, mostrar que só a educação pode melhorar a condição de vida e que todos detemos este direito constitucional. Sim, precisamos informar e esclarecer à população que o que temos para oferecer também é essencial e lhes é de direito. Temos que ser perseverantes nas conversas com nossa família, amigos, no ponto de ônibus, em qualquer lugar que nos deem ouvidos. Neste momento devemos falar em todo momento da importância da ciência e da educação, de forma pedagógica, simples e com paciência. Esqueçamos-nos por hora das cortinas de fumaça que elevam nossa adrenalina, diminuem nosso raciocínio, capacidade de reflexão e nos força a discutir freneticamente uns com os outros e, por conseguinte, desfazer amizades e família. Agindo assim ninguém nos ouvirá. Gritos para exigir garantias e sussurros para conscientizar, é como eu penso em agir. Sempre quem comandou o Brasil o fez contabilizando votos, nós cientistas brasileiros temos voto e podemos conscientizar muitos votos, só não nos envolvemos nesta frente ainda, mas precisamos.  O fato é que hoje necessitamos arregaçar as mangas dos jalecos e lutar frontalmente e diariamente contra aquilo que nos destruirá a todos, cientistas da direita, da esquerda, do centro. Existem muitas categorias que parecem menos organizadas que a nossa, mas que na hora “H” se organizam e se mobilizam presencialmente em prol do bem comum, se assim não o fizermos logo não sobrará nada, para nós e para nossos filhos, sejam eles biológicos ou acadêmicos.

Anderson Herculano Presidente da SBNeC

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